Thursday, November 09, 2006

Silêncios

Silêncio!!
Procuro no teu silêncio aquilo que não te sinto, que não sei explicar. E tudo me aparece como uma névoa e difusa mistura entre o real e o imaginário do meu mundo.
Encontro-me num abismo, ausência de clareza em ti. Ou será de clareza em mim, de ti?!
Não te vejo como já te vi, mas também não deixo de te ver!
Desilusão talvez, por todas as promessas que não se cumpriram, pelos planos que não passaram de planos, por todas as palavras que parecem agora vãs.
Podia dizer-te “És igual aos outros!” Mas não acredito nessas comparações e tu és somente tu, e eu apenas eu.
Mas pergunto-me porque vieste abrir as portas do meu mundo para depois colocares tudo o resto á minha frente e já não teres espaço para mim.
Porque não viveste e deixaste viver até onde a própria história escolhesse ir?
Quebraste-a num apogeu, com todas as barreiras do medo, e do trabalho que tudo daria, e deixaste-me com o sabor incongruente do que podia ter sido e nunca foi. Um vislumbre do que podíamos ter vivido.
És o meu espirro entalado! Entalado no meu silêncio que já não sabe o que dizer, no meu “eu” que não sabe o que sentir…
Silêncio!!
Abri de novo a porta, e espero…
Pela altura em que um outro tu, que não tu, virá vislumbrar-me com novos mundos, e outros abismos coloridos.
Silêncio!!
Ao meu lado, um lugar ainda entre lençóis… o teu cheiro!!
Um lugar que já está frio, mas tem o teu nome escrito, e ainda espera por ti …por agora!

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