Thursday, June 07, 2007

Nocturnos

Estranhos são os desígnios da vida!
Sento-me na janela a contemplar a noite.
Tudo á volta se desvanece num quadro antigo em largas pinceladas azuis.
-Estás sozinha! – Diz-me o vento em tom de troça, e ri-se!
Rio também... rio ainda mais alto do que ele. Talvez para lhe provar que tudo é apenas um momento e que ainda darei sonoras gargalhadas, em dias em que como agora, ele me soprará aos ouvidos.
Mas não hoje.
Pensei sair e dar um passeio, afinal estou sem sono, e está uma noite bonita. Mas a nostalgia venceu e instalou-se o silêncio.
É bem vindo!
Depois das ultimas semanas de pensamentos gritantes, sabe-me bem sentir-me vazia de tudo, e sentir o vento apenas pela janela.
Este conta-me muitas coisas.
Fala-me dos sonhos e das esperanças, das dúvidas e dos medos dos papões que aparecem apenas de noite, e principalmente numa noite como a de hoje. Traz-me o cheiro do deserto que tenho por atravessar, assim como da floresta onde ainda me refugio. E vem ainda com vestígios do teu perfume...
Olho-me um momento. Sacudo tudo de mim, e fico apenas a contemplar a Lua e a sentir o vazio. Hoje a noite é só minha!

7 comments:

Pepe Luigi said...

Tão, tão bela esta tua formosa forma de reflectir.
Pois nota, o Vento é teu amigo!

Um beijinho
do Pepe.

perdida em Faro said...

Minha querida, bem vinda de volta ao mundo das letras e das palavras.
Gostei do texto e acima de tudo do raciocício da reflexão que está por trás do texto. Bjoca

Valter Martins said...

Coucou... saudades. De volta pra mais volta....;)

Pepe Luigi said...

Sandra,
Tal como o vento passei por aqui para te desejar um beijinho e uma boa semana cheia de paz.

Pepe,

Joanne said...

noites assim são muito boas.
Beijo.

Sandra said...

pepe: Obrigado pela tua doce presença.

tânia: um pouco distante, mas sempre por aqui! O mundo não se vai embora... está dentro de mim!

Valter: Saudades amigo! Para quando um reencontro? Revejo vezes sem conta as ultimas vezes que estivemos juntos... assim como os nossos anjos ;)

Joanne: Obrigado pela passagem. É verdade. Momentos assim são constantemente necessários, pelo menos para mim, que como boa serpente que sou não prescindo do meu refugio. Um beijo

Cláudia said...

ohhh,adorei! Principalmente porque fui eu que te ofereci o quadro, recordação de Paris! Eu e o Rui, claro! beijos