Monday, June 30, 2008

"Ventus"


É assim… um vazio que não tem fim, um mar escuro que nunca mais termina.
“Tudo passa” dizem alguns, eu diria antes que tudo acaba por adormecer e ficar cá dentro bem quietinho, até algo acontecer para revolver tudo e mostrar que sempre esteve lá.
Fantasmas, tempestades, ventos… cada qual com os seus.
Este é o meu.E não vale a pena dizer frases feitas como “ Isso passa”ou “O tempo tudo resolve”. Ou “És uma mulher bonita e inteligente, vai aparecer outra pessoa” … como se isso fosse alguma espécie de consolo.
Eu sei que sou uma mulher bonita e inteligente! Felizmente! Lutei para fazer o que faço, que adoro. Continuo a lutar e a crescer todos os dias e acredito plenamente no meu futuro risonho a todos os acordares. Risonho…mas vazio. Risonho mas solitário!
Vai aparecer alguém? Não sei! Quem disse? Onde está escrito que gostava de ver?
Pode acontecer, pode não acontecer… e a verdade é que por enquanto não acontece e tu permaneces lá e eu já tentei arrancar-te de dentro de mim de todas as maneiras possíveis e até menos possíveis. E já tentei simplesmente esquecer-me que estavas lá… e tudo foi em vão!
Tudo no universo possui o branco e o preto, o ying e o yang, o masculino e o feminino, a luz e a escuridão. É desta forma que existe o equilíbrio.
A minha vida é linda e luminosa. Mas olhem, desculpem lá se tenho um lado sombra… O que posso fazer contra?

Tuesday, June 17, 2008

Águas estagnadas


“- Parece que não acreditas!”
Será? Será que deixei de acreditar?
Não acredito na paixão, na possessão, nas amarras, em príncipes encantados que colocamos num pedestal ou em absolutizações!
Não acredito em relações baseadas em prisão, em dor, em comodismo… e é só isso que vejo á minha volta.
Sinto-me desiludida, porque no fundo, apesar de achar que não deixei de acreditar no amor, não vejo nada que valha a pena … e pelo menos sei o que não quero.
O que resta? Relações vazias, de quem não tem mais para dar…
Corpos sem alma sabem a pasta de papel, a água salobra sem vida, sem ligação ao mar.
Tudo me sabe assim, a água estagnada.
E será melhor beber água estagnada ou água nenhuma?
Tudo tão desprovido de sentido…. Tudo tão vazio!
Sinto-me desiludida com a Humanidade…
Tanta mentira, tanto comodismo a situações estagnadas e sem qualquer luz. Tantas amarras limitadoras.
Amarras ao eu, amarras ao outro, tantos “donos” que nem são donos de si próprios e ainda se sentem no poder de ser donos de outrem.
Tanta dor… tanta mentira… tantas prisões… como querem que acredite? Se é o que vejo à minha volta, em todas as direcções…
Perdi a fé! No amor, no Homem…