Monday, November 19, 2007

Os cães ladram e a caravana passa.


"Vai atrás dos teus sonhos, não dos teus desejos!"
-O quê? Tenho que ir para o circo? Ri-me com tal pensamento.
Que tonta! Não queiras levar tudo tão à letra!
Há dias que peço orientação, para me ajudarem a ver o caminho. Não que esteja perdida, mas vejo-me a pensar muito mais no futuro, e com necessidade de mudar algumas direcções e maneiras de ser.
-Segue os teus sonhos, não os teus desejos! -Dizia-me aquela mulher que se despedia calorosamente de mim, enquanto eu partia com o circo dizendo-lhe adeus com um sorriso de quem sabe o que quer.
É preciso correr riscos, saber largar e deixar para trás com um sorriso de desapego de quem começa algo novo e sabe que está certo no seu sentir, mesmo que os outros não o compreendam.
É necessário saber transportar a luz e o calor do sol mesmo quando tudo em redor rompe em tempestade.
Mas distinguir o que são sonhos do que são desejos? Não é assim tão linear.
Desejos nascem do ego, sonhos nascem da alma. Mas a linha é tão ténue, que não torna nada simples.
Parei um minuto. Olhei para a minha vida e para o meu percurso actual...
Não é fácil fazer escolhas.

Tuesday, November 06, 2007

Para ti



A ti,
que partilhaste tudo... até ao impartilhável
e permaneceste lá
permitindo que o amor se mantivesse.


"Todos os outros vieram
Tentaram fazer-me rir
Brincaram comigo
Algumas vezes para rir e outras a sério
E depois partiram
Abandonando-me nas ruínas das brincadeiras
E eu não sabia quais eram a sério.
Quais eram para rir e
Vi-me sozinha com os ecos de risos
Que não eram meus.


E depois tu chegaste
Com os teus modos estranhos
Nem sempre humanos
E fizeste-me chorar
E não pareceste importar-te que chorasse.
Disseste que as brincadeiras tinham acabado
E esperaste
Até que as minhas lágrimas se transformassem
Em alegria"


Sheila R. (8 anos)

Saturday, November 03, 2007

Fantasmas

Dizem que o tempo tudo resolve… devia ser mesmo assim!
Apercebi-me que não te ultrapassei, apenas te coloquei na caixa dos fantasmas, e deixei-te escondido até conseguir não me lembrar (tanto) de ti.
Mas existem instantes em que saltas cá para fora e persegues-me como bom fantasma que és.
Não é a fugir das situações que nos tornamos mais fortes.
E sinto que isto se tornou uma pedra no meu sapato de Guerreira.
Chegou o momento de te encarar, de te olhar de frente, afirmar-me e prosseguir caminho.
Se ainda te amo? Tornaste-te uma mistura complexa de sensações que não gosto de sentir e que não quero manter dentro de mim.
Haverá algo mais para dizer?
Então porquê que ainda me atormentas??